Surfe deluxe

Galápagos: a vingança do tubarão

31.1.08

O neozelandês Sam Judd, de 24 anos, surfava no Arquipélago de Galápagos em dezembro, quando foi atacado por um tubarão de cerca de três metros. Depois de lutar com o animal pela sobrevivência, o kiwi saiu da água como se tivesse ganho na megasena: com "apenas" 23 perfurações de dente na perna esquerda e nenhum ferimento que pudesse gerar amputação de membros.

Judd não soube dizer que espécie o atacou. Seria mesmo difícil sua identificação num arquipélago procurado por mergulhadores do mundo todo, entre outras coisas, pela fartura do animal mais temido do mar. Há tantos tubarões por ali que uma das espécies ganhou o nome de Galápagos. Apesar da profusão de grandes mandíbulas, o neozelandês foi vítima do primeiro ataque de tubarão da história do arquipélago, seja a um surfista ou mergulhador.

É emblemático que o tubarão tenha mordido pela primeira vez um surfista meses depois de o presidente do Equador admitir que Galápagos corre sério risco ambiental, com a degradação sistemática de seu ricos e frágeis ecossistemas. As ilhas sofrem os efeitos da sobrepesca e da pesca predatória, da migração (a população mais que dobrou desde 1990), da introdução de espécies exóticas agressivas na fauna e na flora e, volta e meia, de um derramamento de óleo, como o ocorrido em 2001.

A natureza, possivelmente, está cobrando o seu preço. E pensar que a fartura de espécies de Galápagos ajudou Charles Darwin a desenvolver a Teoria da Evolução pela Seleção Natural. O inglês descobriu que alguns seres vivos se transformam para vencer os desafios de um ambiente adverso. O tubarão que o diga.

Marcadores: , ,

O ataque, segundo a vítima

O vídeo acima foi produzido num hospital de Galápagos, logo depois de Sam Judd ser atacado por um tubarão. Horas mais tarde, ele foi transferido para o continente, por falta de infra-estrutura na ilha.

A "surf city" nas mãos de um juiz

29.1.08

Huntington Beach: grandes eventos, ondas pequenas (foto: site oficial)

Os direitos sobre a imagem do surfe chegaram aos tribunais dos Estados Unidos. Segundo informou o jornal North County Times, as câmaras de comércio de Santa Cruz e Huntington Beach lutaram pelo direito de utilizar o nome "Surf City USA", algo como a cidade oficial de surfe dos EUA. O detalhe é que os dois picos californianos são banhados pelo mesmo oceano, o Pacífico. Com a derrota na Justiça, os comerciantes de Santa Cruz terão que tirar de circulação todo o material relacionado ao título de cidade do surfe. Sobraram até para as velas decorativas, que vinham com a inscrição "Surf City". Num país em que até cafezinho derramado no colo rende processo de milhões, isso não é surpresa.

Huntington Beach ganhou nos tribunais e, de fato, ajudou a construir a cultura do surfe moderno. Mas, onda por onda, a de Santa Cruz parece melhor. Ou você trocaria um clássico 6 pés em Steamer Lane pelas ondinhas do píer de Huntington Beach?

Marcadores: , ,

Corrida maluca pela maior onda

25.1.08



Os amigos de Parsons dizem que a monstra acima tem, mole, 70 pés. Tem mesmo? Qual é a maior? Essa onda ou a do mesmo Parsons, na primeira edição do XXL, quando descobriram Cortes Bank? Ou ainda a da dupla Burle e Eraldo, com 66 pés declarados? Enquanto a medição não for científica, com instrumentos capazes de aferir o tamanho da montanha dentro d'água, não saberemos ao certo. Hoje, a régua de ondas tá no computador e, apesar do esmero da Billabong, carece de precisão. O XXL ainda é uma corrida maluca pela maior onda do mundo, mas nem por isso deixa de ser um dos eventos mais interessantes do mundo do surfe.
Façam suas apostas. E chequem no site da Billabong XXL as fotos já inscritas. Entre os brasileiros, destaque para a Maya Gabeira, com uma bomba em Waimea.

Marcadores: , ,

A beleza do flat

24.1.08


Gigantescos bancos de areia aparecem no Arpoador depois dos primeiros swells do Sul do ano. Em dias de mar flat, dá para andar longas distâncias dentro d´água. Ao surfista, resta esperar o swell de Leste, que entra perfeito nesse fundo raso.

O Surfe Deluxe dá seqüência à publicação da segunda parte de uma exposição virtual de Carlos Secchin. Ele apresenta no Surfe Deluxe um ensaio sobre os tons da natureza da Praia de Ipanema durante o ano. Para variar um pouquinho, não tem surfe.

Para ver as outras fotos da exposição, clique no marcador Carlos Secchin.

Marcadores: , ,

Opinião: Pablo disse "não"

Dias atrás, Pablo Paulino ganhou pela segunda vez o Mundial Júnior. Repetiu o feito do aussie Joel Parkinson, que hoje tá na lista dos top 4 do WCT. Talento comprovado, restaria ao cearense lapidar o surfe nas ondas da elite, as únicas que interessam. O pequeno editorial postado no Surfe Deluxe logo depois da conquista cobrava da Billabong (patrocinadora do garoto) um internato em ondas de qualidade, para Pablo ir além do beach break. (leia aqui).

Pois a gigante do surfe fez a sua parte, segundo o blog Radicais, do Globo. Convidou Pablo a morar um ano na Austrália, onde não faltam ondas de qualidade e passagens baratas para outros picos de qualidade. Mas Pablo disse não. E explicou a decisão ao repórter William Helal:

"Meu patrocinador até me ofereceu morar na Austrália por uns tempos. Mas eu já passo tanto tempo viajando, longe dos amigos, da família... Sei que, quando estiver no WCT, vou ter que viajar bem mais, pra lugares como Indonésia, etc. Chegar mais cedo nos eventos e praticar muito. Só que não concordo com essa história de que brasileiro não é tão bom quanto gringo nas ondas boas. Temos ótimos surfistas, como Leonardo Neves e Rodrigo Dornelles."

Léo e Pedra são, de fato, grandes surfistas. E provavelmente, no lugar de Pablo, teriam aceitado na hora a oferta de passar um ano perto das ondas perfeitas no país-sede do título mundial.

Marcadores: , ,

A semente da Rocinha

23.1.08

A Rocinha Surfe Escola tá na tela novamente. Depois de G.Love, desta vez quem subiu a comunidade para gravar foi Armandinho. Ele fez um clipe para a música "semente" com os legítimos locais das esquerdas mais tubulares do Rio. A ponte entre o músico e a comunidade foi feita pelo Cláudio Gaspar, o Cacau, da Surfrider Foundation.

Inglaterra ganha mais uma onda

22.1.08


Boscombe, Inglaterra. (Reprodução www.surfermag.com)

A Inglaterra quer mesmo entrar na rota do surfe. Depois da notícia da piscina de onda em Londres, agora é a vez de os surfistas bretãos vibrarem com a confirmação da construção do primeiro reef artificial da Europa, em Boscombe, no sudoeste do Reino Unido. Depois de anos de negociações, o Conselho de Bournemouth obteve licença ambiental para a iniciar as obras. O reef vai estar pronto em outubro deste ano.

O projeto prevê a colocação de sacos de areia geo-têxteis (já utilizados em reefs na Austrália e na Nova Zelândia) perto do píer da praia, de modo a criar uma direita tubular com mais de 75 metros de extensão. O reef será projetado para receber ondulações de até três metros.

Roger Brown, gerente de serviços de lazer do Conselho de Bournemouth, comemorou a notícia: "A área já tem uma excelente reputação entre os praticantes de esportes aquáticos, mas o reef vai colocá-la definitivamente no mapa do surfe. Se as condições climáticas permitirem, vamos tentar terminar a obra ainda em agosto."

Além do reef, o projeto prevê novidades como um outlet de surfe e um restaurante todo em vidro, com visão panorâmica do pico. Mais informações no site do conselho (vai lá).

Marcadores: , ,

Quando o mar esconde o sol

É um show de curta temporada. Acontece no verão, perto do solstício. Visto do Arpoador, o sol se põe no mar, entre o Morro Dois Irmãos e as Ilhas Tijucas. Foto: Carlos Secchin

O Surfe Deluxe dá seqüência à publicação da segunda parte de uma exposição virtual de Carlos Secchin, um dos mais respeitados fotógrafos de mar do Brasil, prêmio Nikon International de foto submarina e autor de uma penca de livros marinhos, como "Arquipélago de Fernando de Noronha", "Angra - Ilha Grande" e "Mar do Rio - fronteira azul da cidade". Ele apresenta no Surfe Deluxe um ensaio sobre os tons da natureza da Praia de Ipanema durante o ano.

Para variar um pouquinho, não tem surfe. Mas tem mar, o berço de tudo, no olhar de um dos maiores fotógrafos de natureza do país. Para ver as fotos da primeira parte da exposição, clique no marcador Carlos Secchin.

Marcadores: ,

Um típico post havaiano

20.1.08


A foto tava no fotolog do Bezinho e da Natália (aqui), com o seguinte título: "Welcome to Hawaii - tipical hawaiian day". Foi feita no swell do último dia 10.
Deixo o texto por conta de quem estava lá.

Vai, Bezinho: "Pipeline deus as caras pela primeira vez na temporada, com muitos tubos e muito sol, no chamado "tipical hawaiian day". Passamos o dia todo lá vendo uma das mais temidas e famosas ondas do mundo. É impressionante. Tubo atrás de tubo. Os locais aproveitaram para colocar o campeonato chamado "Backdoor Shootout" na água. Enfim, podemos chamar isso de Hawaii. Tubos pesados e ondas de 15 pés. A previsão agora é que aumente o mar pra amanhã. Todas as outras praias já estavam "over control", menos Waimea, que quebrava um inside chamado Pinballs. Na foto, Nathan Fletcher num tubo em Pipeline durante o campeonato. Beijos pra quem é de beijos e abraços pra quem é de abraços... Bezinho e Natália, do Hawaii."

O casal deixou o arquipélago neste fim de semana. Valeu pelas imagens.

Marcadores: , ,

Diário (VI): caldo, tsunami e Slater

No quarto post do diário do Havaí, escrito pelo economista-surfista Pedro Ribeiro - ou seria surfista-economista -, os quatro últimos dias de surfe intenso no arquipélago havaiano, com direito a alerta de tsunami, supercaldo em Sunset e Pipe com Slater.

Leia os outros posts do diário no marcador Pedro Ribeiro.

DIA 10, 11, 12 e 13

Depois de esperar o novo carro da Avis por conta de um problema na ignição do que estava comigo, me dirigi às ondas. Escolhi surfar Rocky Point com direitas perfeitas de 4-5 pés nas séries. Já era fim de tarde, tempo nublado, vento meio de lado mas ainda terral. Surfei 5 ondas, uma delas um tubo pra esquerda. Na saída quase me arrebentei nas pedras. É sinistro aquilo ali.

No dia seguinte, o mar amanheceu já virado pra oeste e com tamanho demais. Acordei com a sirene do campeonato de bodyboarding, que forçou as meninas a se atirarem em ondas cavernosas. Coitadas... Uma ou outra, de vez em quando, conseguia sair do tubo ou fazer uma boa onda. As séries batiam os 12 pés fácil, e Banzai começava a despertar.

Depois de rangar, fui checar Sunset e a vizinhança. A danada bombava. Duas ambulâncias fazendo resgates. Helicópteros vermelhos sobrevoando as ondas. Um cara todo ensangüentado andando pela rua... lanhado. É o tal do North Shore quando dá onda.

Como a previsão era que o mar continuaria subindo, e sendo este um swell de oeste, preferi não me arriscar em Sunset. Nessas condições, sobe uma série lá que lava a tudo e a todos. Conversei com os mais experientes e preferi deixar o surfe do sol poente pro dia seguinte. Fui conhecer Velzyland, que não estava quebrando bom. Remação louca, golfinho pra caraca e apenas algumas ondas boas e manobráveis. Que merda.

A noite foi sinistra. Helicópteros sobrevoando a praia à procura de dois desaparecidos. Além disso, lá pelas 7h da matina, comecei a ouvir um alarme de carro que não parava de soar. Descobri que o alarme era o do meu carro, e que tinham aberto a mala à procura de objetos de valor. Pelo menos não quebraram a fechadura. O pessoal das agências de aluguel de carro coloca um adesivo enorme alertando para não deixar nada no porta-malas, porque por aqui isso é bem comum. Deve ser duro viver num país tão violento.

Peguei o carro e fui checar os picos, mas já sabia onde ia cair. Sunset bombava séries esporádicas de 12 pés com bombas de 10 vindo a todo momento de oeste com terral forte. Nessas condições, a onda empareda e roda um tubo largo tanto no drop quanto no meio da onda. Peguei minha 8 pés e fui junto com o Stephan Figueiredo e mais dois novos hóspedes da casa. O mar estava maior que na outra caída, e as séries vinham do canal varrendo tudo. Tava sinistro. Não arrisquei ficar na cozinha e fui lá pra fora. Acreditem, estava faltando prancha! Precisava de uma prancha mais larga ou maior, pra me dar mais velocidade na remada.

Depois de 1 hora sem pegar nenhuma, mudei a estratégia e fiquei mais embaixo. Pra quê? Tomei a maior série da minha vida em cheio. Achei que ia morrer, sério. Foram 3 ondas de 12 pés que mais pareciam uma parede de água. Pior é que eram mais 15 comigo e, de vez em quando, acabam alguns se embolando. Perigoso. Larguei a prancha e mergulhei o mais fundo que pude. Ela me pegou mesmo assim, e me jogou ainda mais pro fundo. Ferrou, pensei. Como vou subir de volta? Me agarrei no estrepe e comecei a puxar. Estava de cabeça pra baixo nesse momento porque quando dei o primeiro puxão, vi que desvirei. Sinistro! Emergi que nem um fdp e quando olhei já vinha outra... igual. Essa não me apanhou que nem a primeira e passei tranqüilo, o que me salvou. Subi na prancha e pensei comigo: que perrengue!

Olhei pros lados, a cara de sufoco era geral. Uns de prancha quebrada, outros já remando em direção à praia. Ainda não tinha pego nenhuma, e não podia ficar assim. Continuei atrás da galera do pico, entrando pra debaixo das ondas sempre que a série passava. E... tomei de novo, acreditam? Dessa vez, a série foi de uns 9-10 pés e no mergulho consegui me salvar.

Veio uma de 6 pés quando já estava quase desistindo. Fui nela com outros dois caras, mas que se foda! Contou, porra. O drop foi complicadinho e valeu o esforço. Depois peguei mais uma que fechou e dropei uma outra de 6 pés que jogou o lip na pulta que paréu. Achei que fosse me fuder, mas completei. Já não agüentava mais. Tô fora!

Fui surfar no final de tarde em Haleiwa, já que estava tudo over. O vento estava meio torto lá, com séries de 7-8 pés armadas com vários locais no pico. Como se já não fosse o bastante, ainda tinha uma correnteza fdp que levava pro outside. Querendo surfar as intermediárias, acabei tomando na cabeça... de novo!!! Fui parar na esquerda, em frente a um quebra-mar pra onde as ondas insistiam em me levar. Foi a remada mais cansativa da viagem. Cheguei no pico por trás e não veio nada. Acabei surfando umas 3 que fecharam. Que merda! Tentei pelo menos.

Calma que o melhor ainda esta por vir... Saímos do surfe e passei na Quiksilver pra efetuar umas compras. Preços ótimos. Chegando em casa, nos deparamos com a noticia de que um terremoto muito forte tinha atingido o Japão e que um alerta de tsunami estava em vigor para o Havaí. Pqp!!! Só faltava essa. Foram 2 horas de tensão até que o alerta foi suspenso. Graças a Deus. Me caguei de medo, galera. Os carros passavam voando na highway, buzinando. Os vizinhos na porta de casa perguntando o que fazer... muito chato.

Mini flashback: A ilha tem um sistema de alerta que é testado todo dia 1 às 11h45m, exceto no ano-novo, quando é feito no dia 2. Pois bem, tinha acabado de chegar à ilha, estava me preparando pra minha primeira caída, quando um som alto pra cacete dispara. Coração a milhão, penso comigo: porra! Tsunami antes de eu surfar é sacanagem! Corri até em casa e perguntei que porra era aquela. Um vizinho avisou que era apenas teste.

Acordei muito cansado, resolvi não surfar pela manhã. Fui conhecer a tal da Waimea Falls, tipo um jardim botânico, que tem uma cachoeira bem legal. Cheguei em casa, e o report em frente de casa foi animador. Nem vi o mar, peguei minha prancha 6,10 e fui direto pra Pipeline. Chegando na areia, fiquei chocado com o crowd e com a perfeição das ondas. Mas tava grande! Foda-se. Último dia! Remei com tudo, entrei fácil.

Lá dentro me posicionei ao lado do Guga Arruda e bem perto do Kelly Slater e do Rob Machado. Os locais estavam em peso, o clima estava bem pesado. Tratei de arregalar meus olhos porque se ficasse passivo não iria surfar. Depois de umas 3 séries de análise, surfei uma pequena que fechou. Fiquei amarradão só de conseguir pegar a primeira.

Voltei com vontade apesar da vontade de sair do mar... alive. Fui pro meu canto, vi duas ondas espetaculares do Slater. Animal! Ficava rindo sozinho, encantado com o momento. Nesse contexto todo, um arco-íris se formou de cabo a rabo bem na nossa frente. Momento mágico. Veio uma série torta, meio de canto e remei com vontade. Fiquei sozinho nela... maravilha. Completei o drop sem problema mas a onda não rodou. Que pena! Já me satisfiz. Surfar 2 ondas em meia hora naquele pico com crowd já tava ótimo. Volto pra casa feliz. Quem sabe na próxima vez não surfo o tal tubão em Pipe?

Tô no aeroporto. Embarco em pouco tempo. Foi um prazer compartilhar os principais momentos da viagem dos meus sonhos. O lugar é mágico. Recomendo a todos que venham, com ou sem prancha.

Marcadores: , ,

"Quero pegar ondas de 70 pés"

18.1.08

Maya no Taiti. Foto: divulgação Red Bull

Maya está na moda. Já seria assim se ela fosse apenas uma boa surfista. Mas a moça, de 20 anos, ainda é gatinha, filha do Gabeira - um dos poucos políticos brasileiros que se atrevem a lanchar numa casa de sucos em Ipanema sem medo de ser vaiado - e da estilista Yamê Reis e, por último mas não menos importante, dona de uma coragem rara mesmo entre os carregados de testosterona.

Ano passado, antes das vacas e tubos do Taiti, fiz um perfil dela para a Revista do Globo. No espaço sempre limitado dos impressos, boa parte da entrevista ficou de fora. Ou melhor, uma parte boa. Surfe Deluxe apresenta, com exclusividade, um pouco mais da menina que só tem medo de não poder realizar seus sonhos.

SD - Maya será só surfista? Ou tem outros sonhos?
Maya - Tenho o ensino médio completo. E a vida me ensinou muita coisa. Depois do surfe, quero estudar biologia marinha ou oceanografia numa universidade havaiana.

SD - A pergunta básica: como foi o início no surfe?
Maya - Comecei a surfar aos 14 anos na escolinha do Arpoador. Aos 16, fiz alguns campeonatinhos regionais, e o passo seguinte foi me formar para viajar. Até o momento em que eu comecei a surfar, eu era uma boa aluna. Depois, me descuidei um pouco. Existem outras formas de crescer sem ser numa sala de aula....

SD - Qual o seu livro preferido?
Maya - O caminho do guerreiro pacífico, Dan Millman.

SD - Começou a viajar o mundo já nesta época?
Maya - Saí do Rio formada, e avisei que voltaria para fazer o vestibular. Disse a meus pais que iria ali rapidinho, mas fiquei seis meses viajando o mundo. Depois, não parei mais.

SD - Está entre as suas metas, algum dia, correr o circuito mundial com as meninas?
Maya - Não, porque eu não sou boa nisso. Sendo sincera, manobra não é o meu forte.

SD - Seu pai é um símbolo de luta pela liberdade. Em que ele te influenciou?
Maya - Meu pai me deu muita liberdade. Se eu tivesse nascido em qualquer outra família, não teria repetido esse caminho. Poderia ter sido ruim, mas foi bom. Meu pai é, antes de tudo, um exemplo em casa. Ele é um cara super saudável e disciplinado. Para ele, é natural comer bem, trabalhar muito e ter uma história de coragem. Tenho orgulho dele. Ele trata os desafios como se fosse uma coisa natural. Eu também.

SD - Pretende, um dia, voltar a morar no Rio?
Maya - Eu sou muito calma. É muito difícil me adaptar a uma cidade, com toda essa violência. No meu segundo dia de Rio, roubaram a minha bicicleta. Quando estou no Havaí, saio para correr ainda no escuro, sem nenhuma preocupação. Até gosto de vir ao Rio visitar meus pais, mas ficar aqui, me adaptar a esse life style, não.

SD - Nas viagens mais longas, onde você se hospeda?
Maya - Algumas vezes fico de graça nos lugares. Em Asu, por exemplo, ficava de graça no Surfcamp do Henrique (Pena). Nas Mentawai, fico no barco de um amigo. Na Califórnia, já me hospedei na sala da casa do Jeff Clark com o Danilo Couto e outros. As pessoas do big surfe são muito welcome, muito unidas. Se alguma coisa acontece, todos estão prontos a ajudar.

SD - Tudo na vida tem um preço... Você já se machucou surfando?
Maya - Quebrei o nariz várias vezes. Tenho várias marcas de cortes de coral pelo corpo, desloquei o ombro, etc. Sou toda marcada. Gostaria até que as cicatrizes fossem embora, mas elas sempre voltaram em pouco tempo, né? Mas já falei com a minha mãe que a partir de agora terei menos cortes, porque onda grande costuma quebrar em lugares mais fundos.

SD - Você surfa todo dia?
Maya - Quando está grande, eu surfo. Mas, em dias com ondas de menos de oito pés, encaixo os meus treinos: uma hora de natação, uma hora e dez minutos de corrida, meia hora de musculação e um tipo de yoga chamado Bikhram, que é realizada numa sala aquecida. Você sua muito, é um exercício.

SD - Como você lida com o caldo?
Maya - O problema não é o caldo. É preciso manter a calma em situações críticas, quando você é levado para uma zona de arrebentação mais complicada. No caldo, é importante ir para baixo d´água preparada.

SD - E com as críticas, como você lida?
Maya - Sempre vai ter gente para criticar. Aceito todas as críticas, e divido meu tempo entre o Havaí, a Indonésia e outras ondas do mundo por isso. No início era um risco, mas nunca sofri um acidente que me impedisse de cair na água. Com o tempo, as pessoas vão pensar duas vezes antes de me criticar.

SD - Você tem medo?
Maya - Vim aqui para surfar ondas gigantes, nasci para isso. Meu sonho é chegar ao nível dos homens, pegar ondas de 70 pés de face. Acredito que vou atingir isso. Meu maior medo é não conseguir realizar meus sonhos.

Marcadores: , ,

Pronta para o XXL



Maya em dois tempos no Taiti: pronta para o caldo e bem na foto (Divulgação Red Bull)
Alguém duvida que a moça novamente seja a favorita no XXL?

Marcadores: , ,

A baleia e a vista

17.1.08


Uma baleia jubarte no mar de Ipanema. Foto: Carlos Secchin

O Surfe Deluxe dá seqüência à publicação da segunda parte de uma exposição virtual de Carlos Secchin, um dos mais respeitados fotógrafos de mar do Brasil, prêmio Nikon International de foto submarina e autor de uma penca de livros marinhos, como "Arquipélago de Fernando de Noronha", "Angra - Ilha Grande" e "Mar do Rio - fronteira azul da cidade". Ele apresenta no Surfe Deluxe um ensaio sobre os tons da natureza da Praia de Ipanema durante o ano.

Para variar um pouquinho, não tem surfe. Mas tem mar, o berço de tudo, no olhar de um dos maiores fotógrafos de natureza do país. Para ver as fotos da primeira parte da exposição, clique no marcador Carlos Secchin.

Marcadores: ,

As pérolas da temporada

15.1.08

As melhores performances desta temporada havaiana concorrem ao Freewave Challenge, prêmio oferecido pela Billabong. Os surfistas concorrem em dois categorias: melhor tubo e melhor perfomance. Os finalistas (anunciados abaixo) foram escolhidos a partir de uma seleção de mais de 120 vídeos feitos em outubro, novembro e dezembro no arquipélago.

Não há brasileiros entre os indicados.

O show de imagens está disponível no http://www.freewavechallenge.net/

A lista dos finalistas:

Melhor Performance:
- Kalani Chapman (Havaí), aéreo mais layback em Rocky Point, vídeo de Joe Alani
- Jamie O'Brien (Havaí), virada assustadora em Backdoor, vídeo de Kendall O'Brien
- Jamie O'Brien (Havaí), rodeo flip em Off-The-Wall, vídeo de Pete Frieden e Graham Nash
- Jordy Smith (África do Sul), Aéreo em Off The Wall, vídeo de Graham Nash
- Sterling Spencer (Flórida), Backside Air Reverse 360 em Rocky Point, video by Talon Clemow

Melhor tubo:
- Sunny Garcia (Havaí), Backdoor Pipeline, vídeo de Yasuo Maeda & Surfline
- Garrett McNamara (Havaí), Stand Up Paddle em Pipeline, video de Yasuo Maeda
- Timmy Reyes (Califórnia), Backdoor Pipeline, vídeo de Pete Frieden, Graham Nash & Surfline
- Jordy Smith (África do Sul), Gums, vídeo de Tyler Rock & Surfline
- Anthony Walsh (Austrália), backside s/ mão na borda em Off the Wall, video de Pete Frieden

Marcadores: , ,

Power Dois Irmãos

Foto: Carlos Secchin, verão do Rio.
Muita eletricidade no Morro Dois Irmãos, pouca onda no mar.

O Surfe Deluxe publica a segunda parte de uma exposição virtual inédita de Carlos Secchin, um dos mais respeitados fotógrafos de mar do Brasil, prêmio Nikon International de foto submarina e autor de uma penca de livros marinhos, como "Arquipélago de Fernando de Noronha", "Angra - Ilha Grande" e "Mar do Rio - fronteira azul da cidade". Ele apresenta no Surfe Deluxe um ensaio sobre os tons da natureza da Praia de Ipanema durante o ano.

Para variar um pouquinho, não tem surfe. Mas tem mar, o berço de tudo, no olhar de um dos maiores fotógrafos de natureza do país. Para ver as fotos da primeira parte da exposição, clique no marcador Carlos Secchin.

Marcadores: ,

Os arquibaldos de Mavericks

14.1.08


Foto: Josie Mepe/Mercury News (http://www.mercurynews.com/)

Mavericks é o Maracanã do surfe californiano. Ontem, durante o evento anual realizado no pico, milhares de espectadores munidos de binóculos se apinharam nas encostas virgens perto de Half Moon Bay. Greg Long venceu dentro d'água. Em terra firme, o meio ambiente perdeu.

As histórias publicadas hoje na internet pelos jornais locais não falam de ondas assustadoras ou risco de morte dos surfistas. O tema comum é o risco ambiental da multidão que se desloca para uma região de ecossistemas frágeis. Este ano, os organizadores tentaram dispersar o crowd com transmissão ao vivo no MySpace e telas gigantes no Parque AT&T. Em vão.

A galera quer ver as bombas ao vivo mesmo. O público estimado pelos organizadores foi de 40 mil pessoas no local e apenas 1.000 no Parque AT&T. Para minimizar o caos, voluntários orientavam o público a pegar o transporte gratuito oferecido pelo evento. Ainda assim, as estradas próximas apresentavam, ao fim do evento, engarrafamentos de quase 20 quilômetros.

Em entrevista ao jornal San Jose Mercury News, o casal de chefs Don e Rose Rickert saíram de Indian Wells de carro para chegar ao evento: "Pensei que seria a gente e outros 28 fissurados em surfe", disse Don. "Pelo menos eles parecem ter feito um bom trabalho para organizar a multidão, com muitos voluntários o serviço de transporte."

O potencial de mercado do surfe de ondas grandes é quase tão assustador quanto as bombas de 20 pés sólidos que ontem quebraram nas águas frias e cheias de tubarão de Mavericks.

Marcadores: , , ,

Diário (V): as ladeiras de Sunset

No quarto post do diário do Havaí, escrito pelo economista-surfista Pedro Ribeiro - ou seria surfista-economista -, a primeira vez com uma onda um pouco mais gorda, mas capaz de um caldo maior que muitas esbeltas tubulares: Sunset.

Leia aqui: o primeiro post, o segundo post, o terceiro post e o quarto post.


Dia 9/01 - North Shore, Oahu

O swell aumentou e continuou inclinado de nordeste. Rocky Point estava rolando, assim como suas primas Backdoor, OTW e Rocky Piles. Pipe quebrava com seus bodyboarders obstinados, sem a perfeição usual. Apesar de todas as tentações, continuei fixado na idéia de surfar a famosa onda de Sunset Beach.

Era a vez da longa ladeira. Botei minha prancha oito pés Mad Dog (que foi do Kléber, do Chalita...) na água. Depois de observar por alguns minutos o movimento da massa d´água, escolhi o melhor local para começar a remada rumo ao pico. O vento soprava forte e criava um visual muito familiar aos meus olhos. Era uma cortina de água incrível, que onda após onda pincelava as dezenas de fotos tiradas por turistas e fotógrafos de plantão.

Dava minhas remadas em direção ao pico, e não parava de pensar em todas as fotos, vídeos e histórias que já tinha visto sobre aquele local. Foco. Depois penso nisso. As séries estavam bem grandes, chegavam aos 9-10 pés tranqüilamente. As intermediárias estavam com seus 4/6 pés e acabaram sendo a minha opção pra abrir a caída. Logo que cheguei lá fora, deu pra ver o volume de água que passava por mim a cada onda. Abri rabeando um carinha. Descemos juntos uma ladeira interminável e saímos da onda sorrindo. Devia ser iniciante, como eu... ou não. Voltei empolgado e decidi arriscar as maiores logo. O ombro sinalizava que o prazo de validade estava chegando. O punho também começou a atrapalhar: doía o tempo todo.

Lá fora só tinha barco. A minha prancha era um caiaquezinho de merda se comparada às 9 pés e tanto brilhantes dos 5 ou 6 caras com pinta de locais. Fiquei um pouco atrás deles. Quando veio a primeira da série, não deu pra acreditar! Me caguei! Era uma parede de onda que parecia que iria quebrar muito lá fora. Remei que nem um condenado, e passei todas as ondas da série sem perrengue. Ela arma mas não quebra, entendi. Tem que ter sangue frio! Rema pra cá, rema pra lá, Barton Lynch estaciona ao meu lado. Hahaha Parece novela! Pois, na série seguinte, ele surfou uma onda irada, venenosa e saiu lá na pulta quil parau. Ah tá... é assim que se faz... beleza.

Na série seguinte, o dono de um Titanic não conseguiu entrar numa onda maravilhosa, uma carranca padrão. Não pensei duas vezes: iniciei minha investida. Bem, das últimas remadas até a metade do drop eu vi muito pouca coisa, tamanha era a quantidade de água jateada na minha cara. Só deu pra sentir aquela sensação de pouco peso e em seguida o peso nos joelhos. Quando me dei conta, estava ladeira abaixo, lutando pra chegar até a base e mudar de direção. Dito e feito, comecei a cavar forte porque vi a parede de água que se formava na minha frente. Joguei lá pra cima dela e dei uma leve rasgada pra fazer um segundo drop. Que velocidade! Tudo sob controle, já não tinha mais muita aventura. Era só continuar passeando até o mais longe possível da zona de impacto e o mais próximo do canal. Lá sentado, como de costume, parei pra contemplar o momento. Surfei uma onda grande em Sunset. PQP!

Depois disso não me dei por satisfeito e voltei pra lá. Veio uma série animal e varreu todos menos eu e mais 3. O Barton ressurgiu com sua prancha quebrada. Peguei mais uma que fechou e aí foi sinistro. Deitei na prancha e não larguei por nada. Ai meu punho! Voltei pro outside e surfei mais duas. Vi imagens lindas de ondas incríveis sendo surfadas com maestria pelos locais. Lá pelas tantas aparece novamente o Barton de prancha amarelada e dá aquela olhada tipo "beleza?".

Pronto, vocês sabem como gosto de um chat-amizade. Hahaha!
- Pô, vi que você quebrou sua prancha.
- Pois é. Era novinha. Uma pena! Cara, tem altas ondas!
- É mesmo! Essa é minha primeira caída aqui. Pra mim tá demais. É sempre assim, meio confuso, subindo ondas ora de um lado, ora de outro?
- Sempre! Sempre!
- Cara, te vejo competir desde criancinha no Brasil. Sou um grande fã seu.
- Pô, obrigado. Legal.

Aí, subiu uma série e a conversa acabou.

Já cansado, surfei outra um pouco menor que a primeirona e consegui ir até bem próximo da praia. Que bom! Sai do mar realizado e feliz pra cacete. Vocês não podem imaginar quanto! Seis ondas surfadas em Sunset.

Agora já surfei as quatro principais ondas: Pipe, Haleiwa, Rocky e Sunset. E Waimea?? A previsão é de que o mar deve subir nos últimos dias. Será??? Será???

Comi um arroz com feijão irado em casa e depois fiquei vendo o espetáculo de ondas de OTW e Rocky Piles, que já estavam bem maiores. Acabei não surfando à tarde e indo pra um outlet na cidade vizinha. Enorme! E eu achando que o Hawaii era ilha de surfista.

Marcadores: , , ,

Séries de dois metros em Londres

11.1.08


Os ingleses jamais tiveram ondas de qualidade. Agora, tentam superar a carência da mãe natureza com tecnologia, invencionice e dinheiro, muito dinheiro. Será inaugurada em Londres, numa área às margens do Rio Tâmisa, uma superpiscina de ondas capaz de gerar ondulações de até dois metros.

Segudo reportagem da BBC Brasil, o projeto, estimado em R$ 70 milhões, é da empresa de esportes radicais Venture Extreme. A máquina cria dois tipos de séries de onda, a cada minuto: duas de 1,8 metro ou três entre 0,9m e 1,2m. As ondas poderão ser percorridas por mais de 100 metros, até uma praia artificial com capacidade para 200 pessoas. A 30 metros da praia, a piscina produzirá ondas menores.

Uma hora nesta Disneylândia custará ao surfista cerca de R$ 120. Os empresários esperam atrair 100 mil praticantes de surfe e bodyboarding por ano, além de 500 mil espectadores. Ou, como dizem os amigos que passaram a notícia ao blog, 500 mil londrinas de biquini. O complexo vai contar ainda com lojas de artigos esportivos, praia com palmeiras, bares e restaurantes.

"Tudo sobre esta experiência é falso, mas a diversão é real", disse o diretor da Associação Britânica de Surfe, Duncan Scott, ao jornal britânico The Guardian. Ele aposta no sucesso do treino em ondas idênticas. "Muitos acham que boas performances só acontecem quando podemos repetir a mesma onda muitas vezes, permitindo que nós tenhamos manobras perfeitas. Depois, podemos passá-las para as ondas reais."
Façam suas apostas: o futuro do surfe, a solução para o crowd ou mais uma invencionice cara e sem resultado prático para os surfistas de verdade?

Marcadores: , ,

Diário (IV): a primeira vez em Pipe

No quarto post do diário do Havaí, escrito pelo economista-surfista Pedro Ribeiro - ou seria surfista-economista -, enfim, a primeira vez de um mortal em Pipeline.
Leia aqui: o primeiro post, o segundo post e o terceiro post do diário.

Dias 07 e 08/01 - North Shore, Oahu

O swell virou e Pipeline despertou, só que um pouco menor. As condições não estavam boas, com ondas menores subindo mais ao lado, a maioria das séries fechando, enfim... difícil de se dar bem. Mas era o dia, não tinha como escapar. Café, barrigada, segundo check out, e-mails, tum-tum, alongamentos.

Séries de 6 pés, intermediárias de 3 pés. Demorei pra entrar porque a série não subia e queria ter certeza que não seria apanhado. Foda-se, entrei no intervalo. Tava mamão. A vala me jogou lá dentro. Não demorou e peguei logo a primeira. Coloquei pra dentro numa de 3 pés e morri lá dentro. Boa. Peguei outras duas pra pegar o tempo e me arrisquei numa maior.

Então... hahaha. Aí, Beto! Me lembrei de você. Fui lá pra fora, me coloquei mais pra dentro do pico. Outros 37 bb's tentavam a mesma onda comigo. Complicado. Mostrei vontade numa da série em que eu estava na preferência. Era a 3ª ou a 4ª da série, e achei seguro arriscar.

Remei forte, vi que nego aliviou, fiquei mais amarradão, era perfeita! Tava tudo perfeito... demais pra ser verdade. Simplesmente SECOU! Tudo. Quando vi, estava solto no ar. Tudo preto embaixo. Deu medo. Larguei a prancha e afundei de pé como prego. Parecia ter água suficiente. E tinha. Afundei bem, e não sofri nada. A prancha estava bem e não subiu qualquer onda atrás. Voltei remando meio assustado, assim como os olhares de metade da população do pico, que pararam para ver a cena. Hahaha! Tô vivo!!!

Vamos pra próxima. Demorou pra caralho! Comecei a sentir uma fotofobia. Não conseguia ficar de olho aberto direito. Muita claridade. Comecei a querer sair logo do mar. Tava ficando com dor de cabeça. Peguei uma intermediaria que abriu mas não rodou e não formou parede... Fui pra casa amarradão. Tomei uma ducha e fiquei relax vendo o mar. Comi uma parada e fui escrever meu diário. Chapei e quando acordei ainda estava com a sensação ruim na vista e por conta disso não caí no fim da tarde. Amanhã o mar vai dar uma pequena diminuída, e o swell vai mudar pra
oeste, o melhor pra Pipeline.

Como previsto, o mar deu uma diminuída, mas não virou pra oeste. Continuou de nordeste. Essas condições são perfeitas pra Rocky Point. Depois de checar o mar em Pipe e em Off The Wall, peguei uma bicicleta e percorri pico a pico até Velzyland, um dos últimos dessa região. OTW era realmente a maior onda, com direitas de 5 pés na série com bastante força. Pipe tava menor e pouco tubular. Backdoor estava bem legal, com ondas de 4 pés na série, rodando bonito.

Como meu objetivo é surfar Haleiwa, Pipe, Sunset e Rocky Point, preferi matar mais um pico e deixar Sunset pra outro dia. Aliás, ontem rolaram altas por lá.

As ondas em Rocky Point estavam PERFEITAS!! Vários fotógrafos na areia, muito rosto conhecido, e não muito crowd dentro dagua. A entrada foi mamão, passei pelo crowd da esquerda e me coloquei mais pras direitas. Tinham pelo menos quatro picos de onda quebrando, o que deixava o crowd bem espalhado. Tava certo que aquele era o mar pra surfar o primeiro tubo no Hawaii. Foco!

As ondas tinham 5 pés na serie, com intermediarias de 2-3 pés. Surfei uma esquerda pra abrir a caída. Nada demais. Depois, uma direita maior que veio na série, mas que fechou. Assim que pude larguei a prancha pra poder voltar logo. Ledo engano. A bancada de pedra faz com que a espuma não te largue e te arraste por longas distâncias. O resultado foi que tinha alguns palmos d’água e eu ia me desdobrando pra não me lanhar nas pedras. Acertei uma bem forte com a bunda, mas nada aconteceu. Me liguei na situação. O certo é ficar quieto em cima da prancha e quando der, começar a remar. Isso sem falar nas duas cabeças de pedra que habitam o local.

Pois foi em meio a todos esses aprendizados que o Fabio Gouveia chega ao meu lado com aquela cara amistosa que todos conhecem. "Fabinho, sou teu fã", disse a ele. Gente boa o cara. E como surfa!!! A primeira onda dele foi um tubaço! Vi pelo menos outros 3 incríveis! Irado!

Bem, já tava demorando quando encontrei uma esquerda perfeita, de 1 metro. Já dropei me colocando pro tubo. Não deu outra, o lip passou pela minha cabeça e sai pela porta. Um tubo simples, mas inesquecível! Fiquei amarradão. Voltei, peguei mais algumas ondas, morri dentro de um tubo muito longo pra esquerda e saí do mar certo de que aquela tinha sido uma bela aula de Hawaii. Que venha a próxima!

De tarde fui ate a cidade Honolulu alugar um carro porque o sul-africano tinha que devolver o dele. Que cidade grande! Nem parece uma ilha! Impressionante foi ver como as ruas são bonitas, com tochas de fogo, jarros de flores nos postes, uma puta infra-estrutura em Waikiki. Os hotéis são impressionantes! Vale a visita.

De volta à Ferrugem dos idos anos 90, o North Shore, e já alimentado com um belo Double Whooper do Burger King, chego pra filar o laptop do Hugo, com conexão WiFi furtada de algum visinho desavisado, e vos escrever. Tá uma paz celestial na casa porque acho que foram todos dar uma banda. Graças a Deus! Amanhã a previsão e que o swell diminua um pouco mais. Devo pegar experiência aqui em frente... Backdoor, quem sabe?

Marcadores: , , ,

Diário (III): no Havaí, atitude é tudo

10.1.08

No terceiro post do diário do economista-surfista Pedro Ribeiro - ou seria surfista-economista -, uma lição de como a atitude faz a diferença no arquipélago havaiano.
(Leia aqui o primeiro post do diário.)
(Leia aqui o segundo post do diário.)

Dias 05 e 06/01

Ontem não teve report tamanha era minha exaustão. Acordei e fiquei esperando algum desgraçado sair pro surfe. Erro número um. Acorde e vá a luta. Lá pelas 11h me irritei e fui surfar sozinho mesmo em Off The Wall. Incrível!!! Esquerdas menores, rodando na bancada rasa. Direitas de dois metros paredudas e algumas vezes muito tubulares.

Estratégia já definida no dia anterior e executada: surfar as séries. Pois que seja assim, carrancas de 2,5 metros na série, umas delas me acertou em cheio. Amigos, que força! Subi na prancha, cagando se ela ia quebrar ou não, e mergulhei o mais fundo que consegui. Passei. Quando recolho a coitada, tinha outra ainda maior. Subi nela, dei mais umas cinco remadas pra cima dela e fiz o mesmo. Desta vez, não foi tão tranquilo. Sacudiu-me forte. Fiquei zanzando de um lado pro outro até que voltei à superfície. Vinha mais uma. Subi que nem um pobre-diabo na prancha e dei duas singelas remadinhas pra cima dela. Haja fôlego! Desta vez ela, quebraria bem em cima de mim, e resolvi medir forças com o lip. Melhor assim, porque tinha visto que até ali a coitada da prancha estava intacta. Passei bem, mas percebi que a biqueira da minha 6,5 tinha sumido!!! Hahahaha. Forte nada!

Fiquei encasquetado e esperei até conseguir dropar uma dessas. Voltei, peguei outra e me dei por satisfeito. Mais habituado agora do que nunca.

No final de tarde, foi a lelecada toda surfar Laineakea. Alllltas ondas, PQP!!! Séries de 1,5m, algumas maiores. Tem uma sessão que parece a Macumba de gala. Outra mais embaixo que lembra... deixa ver... Laineakea mesmo. Perfeito, rapaziada. Quem quiser ficar no bem bom, pode vir porque sempre vai ter um pico mamão pra surfar. Remada bem longa, só saí do mar de noite. Fiquei com medo dos dentuços, mas tinham mais uns 15 comigo. Hahaha. É isso.

Sai da água, tomei um banho e fui conhecer, com o sul-africano amigo, o Stephan Figueiredo e mais duas brasileiras um shopping em Mililani. Estilo o Downtown do Rio. Muito legal. De lá fomos pra um bar em Haleiwa que estava rolando um belo evento. Cheio de locais!!!

Ombros e músculos do braço e costas pedindo arrego. Atendi ao corpo e tirei o dia pra reconhecimento de outros picos, passeios e fotos, com direito a hidro e piscina no resort de Turtle Bay. Quem puder, passe a lua-de-mel aqui!!!

Chegando do passeio, juntamos mais cinco e fizemos uma pelada no gramado em frente à nossa casa. Assim que acabou, surgiu a idéia de um mergulho pra tirar o suor, mas a idéia sofreu uma pequena mutação e o tal mergulho acabou se tornando numa caída em Ehukai com menos de 15 minutos de luz restando. Corre-corre, pôr-do-sol, maravilha. Peguei uma pequena rapidinho e sai de cabeça feita. Rotina de sempre e mais de nove horas de sono... merecido.

Marcadores: , , ,

Diário (II): dicas de McNamara

9.1.08

No segundo post do diário do economista-surfista Pedro Ribeiro - ou seria surfista-economista -, ondas desafiadoras e boas experiências. Leia aqui o primeiro post do diário.

Abaixo, mais dois dias de sonho:

Dias 03 e 04/01

Valeu, amigos! Vocês vieram comigo.

Pela manhã do terceiro dia, analisando as ondas de Pipeline ao meu lado, o Garret McNamara falava sobre o swell de Nordeste que vai acertar a ilha amanha. A rapaziada, em especial Danilo Couto, fazia loucuras em Pipe. Waimea continuava rolando. Espetáculo!

O mar tinha dado uma ligeira diminuída (12-15 pés) e resolvi ir com minha 6.10 pro mesmo pico (Puena Point). Não gostei muito da caída mas deu pra me divertir com séries eventuais de 6 pés.
Almoço classe A em Haleiwa e final de tarde relax na areia, curtindo o visual e o clima do lugar.

Supermercado, janta com a rapaziada da casa, cervejinha, banho e cama antes das 23h! Hawaiian life style.

Acordei cedo, muito frio de noite. O vento tá muito forte e estragou as ondas em Pipe. Ao lado direito rolavam boas diretas num pico chamado Ehukai Beach Park. Ondas de 6 pés com séries maiores, envenenadas pela ventania de side shore. Nervosismo básico.

Café da manha, alongamento, tum-dum, tum-dum, tum-dum. Aparece o João Paulo (Jompa), do Leblon, e fomos cair juntos. Depois de puxar o bico em umas três ondas pra pegar o tempo, coloquei pra baixo na primeira esquerda. Muito cavada. Fechou. Mudança de estratégia! Direitas da série. Perrengue pra entrar. Vou lá pra fora e aguardo as bichonas. Medo de tubarão! Veio a primeira, deixo passar, e remo pra segunda da série, carranca de 6 pés. Drope tranqüilo, passando na parede. Cut back, rasgada. Tá ótimo!

Próxima onda, direita maior. Cavadão, rasgada básica passando, outra cavada e rasgada nervosa. Boa! Mais umas depois, já exausto, encerro a primeira caída do dia. Agora vamos pro West side. Deixa eu ir!

Depois da caída desafiadora da manhã não fomos pro West side e acabamos caindo em Haleiwa. Altas ondas que de fora d´água não mostravam a cara. Um metro com series de 1,5m (3-5 pés) numa direita com parede muito divertida. Era o local mais protegido da ventania que assola o arquipélago. Estou exausto, ainda fora de forma. Amanhã tem mais report e surf, claro.

Marcadores: , , ,

Diário de um amador no Havaí (I)

8.1.08

Todo inverno havaiano é a mesma coisa. A imprensa especializada cobre todos os movimentos das grandes estrelas do surfe mundial na temporada no North Shore. Mas falam pouco do surfista amador, para quem o Havaí é, muitas vezes, o grande desafio da vida. Um chapéu naquela onda que sobrou em Pipeline depois de três horas de surfe tenso tem mais valor que o enésimo tubo profundo de um top 45 ao seu lado. É tudo uma questão de perspectiva.

Por isso, o Surfe Deluxe publica, a partir de hoje, por uma semana, o diário do amigo Pedro Ribeiro, um bom surfista amador que divide seu tempo entre o trampo numa telefônica e as ondas do Leblon. Foi a primeira e inesquecível temporada havaiana do garoto, recheada de surpresas, novas sensações e limites ultrapassados.

Ontem recebi um e-mail dele: "Ano que vem, tô lá de novo."

Abaixo, os dois primeiros dias:

Dias 01 e 02/01 - De frente pro melhor mar

Depois de uma viagem bem cansativa, de estresses por conta de taxas extras e vasos de perfume e protetor solar indevidos, cheguei ao Havaí. A pessoa que iria me buscar não apareceu e acabei formando uma dupla com um sul-africano gente boa. Alugamos um carro e fomos em direção ao North Shore. Aproveitamos para pegar algumas direções e enfim conseguimos encontrar a tal casa com as pessoas conhecidas.

Fui bem recebido e já estou instalado. Por enquanto durmo na sala, mas amanhã já passo para o quarto, que me custará US$ 40 por dia. A casa fica em frente a Pipeline, a praia mais cobiçada da ilha. Ainda estou custando a entender as coisas todas, mas aos poucos vou me dado conta.

Estou bem tranqüilo. Dormi bem na primeira noite e estou certo de que aproveitarei bastante. Tudo me leva a crer que foi uma decisão acertada. O clima da casa é bem leve, com garotos descompromissados curtindo a vida, o que acaba sendo bom, se não considerar a bagunça.

O mar amanheceu enorme e estou indo pro lado Oeste da ilha em busca de ondas menores. Aqui em frente fotografei desde 6h30m da matina o espetáculo de ondas cabulosas e amedrontadoras! O interessante é ver pessoas se aventurando nelas com muita simplicidade e desprendimento. Acho que é o habito. Só pode ser!

Dei minha primeira caída, cara. PQP! Tava muito nervoso. Nem parecia eu!
O mar tava enorme, rolando Waimea. Pipeline 15 pés na frente de casa. (de
madrugada o som das bichas bombando... imagina!).

Fui prum pico de direitas chamado Puena Point, na entrada de uma baía e, por isso, mais protegido do swell. De início, achei que com a minha oito pés sobraria muita prancha, mas lá dentro vi que as ondas de seis pés da série deixavam meu "barco" mais à vontade. Aí, começaram a quebrar ondas de oito pés, assim do nada! Incrível! Na minha primeira onda, uma de seis pés, logo que fiquei de pé o tubo armou na minha frente. PQP, mas logo na primeira onda da primeira caída no Havaí!!! Minha indecisão custou caro e tomei o lip nas costas. Aiii!

Na segunda, tratei de encontrar a posição correta dos pés. Na terceira, coloquei no trilho, braço esquerdo dentro d´água, lip passando pela cabeça... não acredito! Dei mais uma rasgada singela e outra batidinha miserável logo em seguida. Sentei sobre minha tabla e começaram a vir a família, os amigos em flashes na cabeça. Emoção pura!

É isso! Depois ainda fui checar o lado oeste, Macaha, mas nem me empolguei com o mar e fiquei no carro curtindo o visual. Passei no mercado, comprei comida congelada, banho, janta, histórias, e-mail e naninha daqui a pouco.

Marcadores: , , ,

O pote de ouro está mesmo lá


Ontem, publicamos uma foto do casal Bezinho e Natália, desta temporada, de um arco-iris em Makaha (logo acima). E não é que Pedro Ribeiro, em janeiro do ano passado, fotografou (no alto da página) o caminho para o pote de ouro - ou de ondas - no mesmo lugar?


Marcadores: , , ,

Opinião: Super Pablo!

6.1.08

Foto: ASP/Covered Images

Meu primo Lúcio venceu o fuso australiano para mandar, na madruga, a mensagem de boa nova: Pablo Paulino é bicampeão do Mundial Júnior. O cearense dominou North Narraben, na Austrália, ao massacrar na final do evento da ASP Tonino Benson por 15.00 a 9.93. Depois de avançar em várias baterias abusando do surfe moderno, ganhou do havaiano na final sem praticar manobras progressivas, apenas no carving. Bom sinal.

É a segunda vitória de Pablo e a quarta do Brasil na copa do mundo dos moleques - as outras foram do Adriano Mineirinho e do Pedro Henrique - o que deixa o país na liderança em número de títulos. Aos 20 anos e na última tentativa, Pablo ainda se iguala ao aussie top 4 do WCT Joel Parkinson, que também venceu o evento duas vezes.

Não sei bem o que a vitória de Pablo representa. Ganhamos outras vezes, e a vida do Brasil na elite adulta do surfe não mudou. Mas, que sempre quer dizer alguma coisa, ah isso quer. O cearense é da Billabong, empresa capaz de construir um campeão mundial do WCT. Se os cabeças da gigante australiana tiverem boas intenções com o garoto, vão interná-lo por um ano nas melhores ondas do mundo. Depois disso, ele até entra com esperanças no WCT.

Marcadores: , , , , ,

No Havaí: a vez do stand up paddle


Da série janeiro no Havaí, fotografada por Bezinho e Natália (leia mais aqui):
A idílica volta ao passado, com o stand up paddle em Makaha, Havaí 2008. A modalidade faz cada vez mais sucesso entre os watermen. Alguns sites já se dedicam ao tema: http://www.standuppaddlesurf.net/ e http://www.standuppaddlesurf.co.uk/

Marcadores: , ,

No Havaí: um casal, uma onda




Da série janeiro no Havaí, fotografada por Bezinho e Natália (leia mais aqui):

1) Claudio Gordinho e Felícia, um casal na mesma onda. Puena Point, Havaí, 2008.
2) O pote de ondas está ali. Makaha, Havaí, 2008.

Marcadores: , , ,

Janeiro no Havaí

3.1.08



O blog ganhou uma janelinha no Havaí. Bezinho Otero, um amigo jornalista, surfista, faixa preta e gente boa, vai mandar, entre uma sessão de surfe e outra, imagens fresquinhas produzidas no arquipélago. Ele conta, claro, com o olhar da namorada Natália, que, da areia, também faz as fotos. Quem quiser ver mais, vai no fotolog deles: www.fotolog.net/bernardonatalia


Acima, uma fatídica tarde em Rocky Rights. O paraíso na Terra.

Marcadores: , ,

Havaí: perfeição em Rocky Rights



Da série janeiro no Havaí, fotografada por Bezinho e Natália:

Uma direita, vento terral, um tubo e espectadores lá e aqui. Rocky Rights

Marcadores: ,

Havaí: o meta Sunset



Da série janeiro no Havaí, fotografada por Bezinho e Natália (leia mais aqui):


Redundância ou o meta pôr-do-sol: o sunset num paraíso chamado Sunset.

Marcadores: , ,

Surfe Deluxe
Blog de notícias sobre as ondas e seus personagens, escrito com palavras salgadas pelo jornalista Tulio Brandão.
Participe!
Surfe Deluxe divide a onda. O blog é aberto à participação dos leitores, com textos e fotos. Quem tiver história ou imagem, mande para surfedeluxe@gmail.com
Arquivo
10/2000 - 11/2000
09/2007 - 10/2007
11/2007 - 12/2007
12/2007 - 01/2008
01/2008 - 02/2008
02/2008 - 03/2008
03/2008 - 04/2008
04/2008 - 05/2008
05/2008 - 06/2008
06/2008 - 07/2008
07/2008 - 08/2008
08/2008 - 09/2008
10/2008 - 11/2008
11/2008 - 12/2008
12/2008 - 01/2009
01/2009 - 02/2009
02/2009 - 03/2009
03/2009 - 04/2009
04/2009 - 05/2009
07/2009 - 08/2009
04/2010 - 05/2010
05/2010 - 06/2010
06/2010 - 07/2010
11/2010 - 12/2010
03/2011 - 04/2011
04/2011 - 05/2011
11/2011 - 12/2011
09/2015 - 10/2015
Postagens atuais
Créditos
Foto de fundo: Saquarema, por Fábio Minduim / Layout: Babi Veloso
Feeds RSS
» Clique aqui e receba o blog no seu agregador favorito
» O que é RSS?

Surfe Deluxe, por Tulio Brandão :: tulio@surfedeluxe.com.br :: Assinar o feed