Surfe deluxe

Terror, coragem e a gratidão eterna

13.1.09


A prancha acima ganhou o estranho desenho domingo passado, quando a pequena Hannah Mighall, de 13 anos, surfava na Baía de Binalong, na costa da Tasmânia, nos confins da Austrália. Ela foi dragada para o fundo por um enorme tubarão branco, de 5 metros, e só saiu viva porque seu primo, Syb Mundy, que surfava com ela, remou desesperado para ajudá-la. Hannah teve a perna dilacerada por três mordidas, mas conseguiu subir na prancha com a ajuda de Syb. Os dois remaram numa onda salvadora, mas testemunhas contaram que o tubarão os seguiu na espuma. Milagrosamente, a dupla conseguiu viva chegar em terra firme.

Uma das testemunhas, Ian Hollingsworth, contou ao jornal The Mercury que a estúpida coragem de Syb salvou a vida de Hannah. "O primo dela foi brilhante. Nenhum gesto de agradecimento ou de admiração seria suficiente. Ele literalmente tirou a menina da mandíbula do tubarão. Depois, lutou para manter o animal afastado", disse o surfista, que estava a 30 metros de Hannah no momento do ataque. "Foi como o filme Tubarão. Aterrorizante." Hannah pode perder parte da perna, mas ganhou um herói.

O ataque da Tasmânia assusta ainda mais os autralianos por ter sido o terceiro em apenas 48 horas. No dia 11, mesmo dia em que Hannah foi atacada, o animal encravou seus dentes também na perna do surfista Jonathon Beard, de 31, em New South Wales. Nesta segunda, dia 12, outro tubarão dilacerou a perna de um mergulhador quando nadava num lago formado pela maré. Nenhum deles morreu, mas no dia 28 de dezembro, Brian Guest mergulhava em Perth quando foi atacado. As autoridades locais concluíram que ele sofreu um ataque de um tubarão branco perto da praia depois de encontrarem retalhos de sua roupa de borracha na costa.
Para saber mais sobre os ataques, clique na revista Time e no jornal online The Australian.

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Série de orcas ao fundo

11.1.09



A foto acima, publicada no site de notícias Staff.com.nz mostra o neozelandês Craig Hunter encarando o surfe ao lado de uma orca. Diz a matéria que o cara viu um ataque de tubarão quando era moleque. É. Nada é obstáculo para um surfista fissurado. Leia a matéria aqui ou clique na foto.

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Corram! O NYT descobriu Floripa

10.1.09

Uma reportagem que será publicada no New York Times neste domingo e já está disponível no site do jornalão apresenta Florianópolis como "O destino festivo do ano". O título da matéria é "Lugar para estar: Florianópolis". O repórter Set Sherwood apresenta a capital catarinense como o "Latin America´s hottest new party destination". Um dos gringos entrevistados declara o seu amor: "É uma mistura de St-Tropez e Ibiza." Quer ler a matéria? Clique aqui.

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A crise é uma onda

6.1.09

O surfe tem servido como instrumento para vender qualquer idéia. A última tentativa de associar as ondas a outras praias é do consultor de negócios Max McKeown, que escreveu para o site Management Issues um texto chamado "You can't control the waves, so learn to surf", sobre a necessidade de se adaptar às diferentes situações do mercado. Será que surfistas, por serem surfistas, são bons investidores? Clique aqui para ler o texto.

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Jihad em dois tempos

3.1.09

A edição 277 da Fluir (capa com uma arte sobre o rosto de Slater) é esclarecedora para quem deseja entender a montanha-russa emocional do surfista brasileiro no WCT. Em especial por conta da boa entrevista com Jihad Khodr, um contundente contraponto com as declarações do paranaense no fim de 2007, quando ele tinha acabado de ser campeão brasileiro.

Na ocasião, Jihad afirmou que brigaria com os top 5 e entraria para vencer logo de cara, na Austrália. Lembro bem que, na mesma edição, o incensado Dane Reynolds - que já possuia credenciais bem mais consistentes que o paranaense - dava declarações bem mais ponderadas sobre seu futuro na elite. Aquilo me espantou.

Jihad jamais tinha surfado em Teahupoo. Não tinha técnica para surfar ondas tubulares para a esquerda, de backside. Desprezou a bagagem de quem labuta na elite há anos, de quem sabe o que é preciso para vencer os melhores do mundo. Imaginou que sua técnica apurada em direitas manobráveis seria suficiente para lhe garantir bons resultados em Snapper Rocks e Bell's Beach. Talvez tenha esquecido dos tantos outros excelentes surfistas naquelas ondas.

Jihad teve problemas, é verdade. Perdeu o patrocinador, o manager e o título brasileiro, que está sendo discutido na Justiça. No meio da temporada, parecia desnorteado de tanto levar porrada. Por isso tudo, não dá para condená-lo nem dizer que ele pagou pela arrogância. Era um garoto, um garoto que chegava despreparado ao mundo sem margem para erros dos adultos.

Na Fluir do mês passado, o discurso dele mudou. Fala aí: "Percebi que o WCT era muito mais difícil que eu imaginava (...). O WCT é totalmente diferente do WQS. O Jihad veio do beach break. Sei que naquela onda mexida, de um metro, sou um dos melhores do mundo. Mas, agora, em Teahupoo, eu nunca tinha visto aquilo. Como querem cobrar um resultado de mim se eu nunca tinha surfado lá? (...) As ondas do Dream Tour são pesadas e as pranchas têm de ser especiais. Estou nessa transição com meu quiver, que era bom para WQS, mas precisa ser melhorado para o WCT. E o principal de tudo é que não consegui soltar meu surfe nas baterias."

Jihad está mais perto do mundo real, apesar de culpar a falta de apoio dos patrocinadores pela sua inexperiência em ondas pesadas. Discordo. Claro que os patrocinadores têm de ajudar, mas qualquer amador, com algum esforço, pode fazer uma clínica intensiva no Taiti. E o surfista já sabia- por vídeos e fotos - do tamanho do problema de Teahupoo e cia ao entrar no WCT.

Mas, no fim do ano, o paranaense de 24 anos mostrou que não se chama Jihad por acaso. Foi ao Havaí e, contra todos os prognósticos, conseguiu a classificação para a elite pelo WQS. Na raça mesmo. Voltou à estaca zero, ganhou o direito a um novo começo. E deve saber que, se quiser progredir, terá que passar todo o tempo que lhe resta treinando feito louco nas ondas mais difíceis do tour. Essa é a única saída para um futuro melhor. É isso ou mais trigésimos-terceiros.

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Surfe Deluxe
Blog de notícias sobre as ondas e seus personagens, escrito com palavras salgadas pelo jornalista Tulio Brandão.
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Surfe Deluxe divide a onda. O blog é aberto à participação dos leitores, com textos e fotos. Quem tiver história ou imagem, mande para surfedeluxe@gmail.com
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