Surfe deluxe

22.12.08

Slater no olho do mundo. Foto: ASP Rowland © Covered Images

A internet parece ter resolvido a velha incompatibilidade entre os eventos de surfe e a mídia. Com a transmissão via web das etapas, a ASP conseguiu resolver o dilema da exibição ao vivo sem ter que apelar para a compra dos direitos de uso de satélite - como fazem em eventos dos esportes com hora marcada, como F-1, futebol, etc. Transmissão via satélite é cara e, no caso do surfe, inviável, por conta do número de baterias, da imprevisibilidade do evento.

A transmissão pela internet começou com imagens borradas, de má qualidade. Mas a tecnologia - esse trem non stop que nos atrai e causa repulsa - vem salvando os aficcionados em surfe. A qualidade dos vídeos salta absurdamente de ano a ano. Em 2008, no computador, já dava para ver o detalhe da prancha do Slater. Talvez já na próxima temporada a qualidade da transmissão via web seja suficientemente boa para canais pagos de televisão exibirem sem medo de espantar o espectador mais exigente. Não vai demorar para a tecnologia aproximar muito a qualidade da transmissão via satélite da via web. O caminho é esse.

O diretor executivo da Tríplice Coroa Havaiana, Randy Rarick, dá os números do sucesso da transmissão via web. Nas seis semanas de janela dos três eventos do North Shore, 2,8 milhões de visitantes únicos acessaram a página da Triple Crown. "Tem muita gente ao redor do mundo lendo sobre o Havaí e assistindo a vídeos ao vivo feitos no North Shore. Eu não acredito que outros esportes baseados no Havaí cheguem perto desses números", disse Randy.

Na web, 2,8 milhões de visitantes únicos em seis semanas é um mar de gente. Vale a comparação: a última pesquisa de audiência dos sites de notícias do Ibope/Net Ratings mostra o Portal G1, da Rede Globo, com 3,5 milhões de visitantes únicos por mês, seguido pela Folha Online (UOL), com 3,4 milhões e pelo Terra, com 2,5 milhões. A página da Tríplice Coroa ficou na mesma faixa dos maiores sites de notícias de um país com 190 milhões de habitantes.

Marcadores: ASP, Randy Rarick, transmissão via web, Tríplice Coroa

17.12.08

Esse post poderia ser chamado de um antipost. A questão é simples: meses atrás, antes do WCT Brasil, mandei umas perguntas básicas - meio óbvias até - para um renomado surfista-jornalista brasileiro. Queria ouvir a opinião dele sobre temas atuais do mundo competitivo do surfe. Enviei uma, duas, três vezes... nada de resposta. Até o Gerry Lopez já respondeu e-mail do blog, mas o entrevistado preferiu o silêncio. Não cabe identificá-lo porque, apesar da caixa de entrada vazia, continuo admirando o surfe e a história profissional dele. Mas achei conveniente listar as perguntas óbvias abaixo pra modi alguém se animar a respondê-las.

1) Vamos seguir a ordem: a primeira pergunta é sobre o primeiro em quase tudo este ano: Slater. Você acredita que ele conquiste o décimo título mundial com a facilidade que ele teve para avançar ao nono? Ele é mesmo o super-herói ou se tornou um na ausência de adversários à altura?

2) A disputa por um posto nos top 5 parece mais aberta que nunca este ano. Temos dois surfistas que não ainda estão na lista das superestrelas - Bede e Adriano - quase o ano inteiro na disputa pelas primeiras posições. Na sua opinião, isso se deve ao desânimo gerado em outros adversários com a vantagem de Slater ou esses são os novos top 5 de fato?

3) Chegamos a Andy Irons, que parece vagar sem rumo, com problemas pessoais. Você acredita que o inferno astral tem nome? Por acaso, é Slater? Em outras palavras: a cabeça dele sucumbiu aos resultados impressionantes do americano?

4) O surfe do pequeno Mineiro deu um salto gigante nesta temporada. A que você atribui isso? No cenário de 2009, com alguns surfistas aparentemente desinteressados no tour e o brasileiro ainda mais afiado, é possível ter esperança de título? Mineiro já perdeu oito vezes para Slater. Pode vencê-lo ano que vem?

5) Vários surfistas já anunciaram que não vêm ao Brasil este ano. O que você acha do regulamento da ASP que permite as ausências? Merece respeito um esporte cujos maiores ídolos simplesmente não comparecem à arena porque não querem?

Marcadores: pergunta sem resposta, WCT