27.3.08

Bells acabou há pouco, deu Kelly de novo. Não é a primeira vez que o americano arranca para o título com duas vitórias, não é a primeira vez que ele intimida até adversários reais. Não vi a bateria, mas queria saber o que levou o Andy Irons a somar apenas 2 e pouco contra mais de 15 do KS nas quartas. É uma combinação humilhante, seja lá qual foi o motivo.
Os dois melhores momentos do Brasil vieram em derrotas. Mineirinho perdeu duas vezes para Slater na Austrália, mas saiu da água mais respeitado que nas duas vitórias consecutivas do ano passado na perna brasileira do WQS. Em Snapper, rodou fazendo a segunda maior média dos 16 surfistas das oitavas, atrás apenas de seu algoz. Na primeira fase em Bell's, abriu com um notaço e liderou boa parte da bateria. Mineiro competiu com o homem, não o reverenciou.
E, no caso, competir é o único caminho para um dia vencer. A reconfortante - e derrotista - idéia de que perder do Slater é natural e ganhar é zebra não leva os brasileiros a lugar algum, ainda que o americano seja um fenômeno e vencê-lo seja difícil. A indignação é o caminho da evolução.
Mineirinho mostrou insatisfação com a derrota. E sai da Austrália como top 10, na frente dos queridinhos da ASP Jordy Smith e Dane Reynolds.
Neco é outro que não se entrega. Tem a vibração necessária para seguir adiante. Perdeu nas oitavas para Joel Parkinson na casa dele e, nas fases iniciais, surfou bem. Agora, encara seus fantasmas em Teahupoo numa confortável 13a. posição.
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