Surfe deluxe

A primeira temporada sem pódio

19.12.07


Acima, um dos raros registros dos sete brasileiros que integraram o WCT em 2007 juntos, feito em Hossegor, na França. Na foto, Raoni, Mineirinho, Pigmeu, Vitinho, Pedra, Neco e Léo. Todos grandes surfistas, capazes de vencer a qualquer momento. Às vezes, falta sorte, o julgamento parece mais enviesado contra brasileiros e surgem novos - e cada vez melhores - adversários. Nesta temporada, parece que tudo isso aconteceu ao mesmo tempo. Resultado: nenhum pódio.


O ano em branco merece reflexão. Afinal, é a primeira vez desde 1989, quando Teco e Fabinho arrombaram as portas do circuito mundial, que os brasileiros passam uma temporada inteira longe dos três degraus mais altos na elite do surfe.


Uma rápida pesquisa no excelente blog de banco de dados Surfe Catarinense (clique aqui) confirma o recorde negativo. Não foi preciso nem levantar todos os resultados para encontrar uma infinidade de pódios.


Em 89, Fabinho ficou em terceiro no Alternativa Surf International, na Barra, atrás de Martin Potter e Dave Macaulay. No ano seguinte, Gouveia venceu a primeira em casa: o Hang Loose Pro, derrotando Matt Hoy na final. Teco beliscou pódios com terceiras colocações em Huntington Beach e em Lacanau e foi vice-campeão na Barra, atrás apenas de Brad Gerlach.


Em 91, um festival de vitórias. Fabinho levou em Biarritz e Sunset, e Teco conquistou o caneco do Alternativa, na Barra. Em 92, ano em que o circuito foi dividido entre WCT e WQS, Gouveia subiu no degrau mais alto no Japão. No ano seguinte, foi vice de Macaulay, o rei do Rio, nas ondas da Barra, durante o Alternativa.


O ano de 94 foi generoso para o Brasil durante a perna européia. Teco venceu o Rip Curl Pro, em Hossegor, derrotando na final Kelly Slater. Na etapa seguinte, Tatuí levantou o caneco na Grand Plage de Biarritz, com Fabinho em terceiro. Vitinho desencantou em 1995, quando venceu Todd Holland na final do Lacanau Pro, também na França.


Em 1996, Renan Rocha mostrou ao que veio, com o terceiro posto no Coke Surf Classic, em Sydney, Austrália, atrás apenas de Slater e Kalani Robb. Neco subiu ao pódio pela primeira vez no ano seguinte, com a terceira colocação no Buondi Sintra Pro, em Portugal.


Peterson Rosa ganhou sua etapa WCT em 1998, na Barra, deixando em segundo Michael Campbell e, em terceiro, Slater e Taj Burrow. No ano seguinte, na California, Neco entrou como convidado e atropelou a elite no Gotcha Pro. Também subiram ao pódio Fabinho, em segundo, e Vitinho, em terceiro.


Em 2000, a redenção verde-amarela em Pipeline: o casca-grossa Renan ficou em terceiro, com direito a onda nota 10. No ano seguinte, Teco faz bonito em Teahupoo, repetindo a posição de Renan em Pipe.


Já em 2002, depois de um início de temporada lento, Neco acelerou para mais um título em Hossegor, com Andy Irons em segundo e Slater em terceiro. Em 2003, mais um bonito em Teahupoo: Danilo Costa só pára na semi-final, depois de perder apertado para Slater, num mar épico.


No ano seguinte, o Brasil suspirou no pódio com os terceiros de Renan e Tânio Barreto na etapa de Santa Catarina. 2005 também foi salvo no Brasil: Vitinho em segundo e Raoni em terceiro. Por fim, o último pódio brasileiro no WCT foi conquistado na primeira etapa do ano passado, na Austrália, com o terceiro posto na promissora estréia do garoto Adriano Mineirinho.

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